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Relato de uma vegana: como consegui transformar meu nécessaire apenas com cosméticos veganos e livres de crueldade animal

11/04/19

Seguir pelo caminho dos cosméticos veganos, livres de crueldade animal e naturais é cada vez mais possível. E ninguém melhor para falar sobre esse processo do que a jornalista de beleza (e amiga de longa data) Renata Kalil, que passou pelo processo de virar vegana e tem muuuita dica boa para compartilhar. Amei que ela topou escrever esse texto para o Dia de Beauté e acho que vocês vão gostar também!

“Levou quase um ano entre o dia em que me decidi vegana e o dia em que consegui montar um nécessaire 100% livre de crueldade animal. Foi em Los Angeles, ainda como editora de beleza da revista Glamour, que optei pelo veganismo. A convite da Kat Von D, tatuadora vegan superativista e dona da Kat Von D Beauty, participei do lançamento de seus perfumes Saint e Sinner e vivi uma verdadeira imersão plant-based na Califórnia. A programação incluía comida, comida e mais comida (hmmm!) e um passeio pelo Farm Sanctuary, abrigo que resgata animais em Acton. Essa visita mexeu muito comigo, foi determinante pra que decidisse experimentar o veganismo. O Farm Sanctuary (recomendo muito a visita) tem o objetivo de educar, transmitir informação sobre a indústria da alimentação e o trato de animais. Descobri um novo universo!

Ah, e nessa mesma viagem, no Cafe Gratitude, restaurante vegano astral em Venice, LA, conheci meu atual namorado. Ganhei assim um bom motivo para voltar mais mil vezes para a Califórnia e explorar suas infinitas possibilidades plant-based. Afinal, Los Angeles é um lugar privilegiado, considerado referência de clean beauty, veganismo e tudo o que se pretende alternativo, saudável e novo.

Não posso dizer que foi um processo fácil, porque mudar nossos hábitos de alimentação e consumo não depende só de questões objetivas. Passa por memória, tradição, cultura, mas posso dizer que vale a pena tentar. De volta ao Brasil, reaprendi a cozinhar substituindo tudo de origem animal por alternativas plant-based. Eu achava que, por ser editora de beleza, tinha que restringir o veganismo à minha dieta, mas essa consciência me obrigou a repensar outros hábitos. Aos poucos, comecei a encontrar makes e cosméticos veganos incríveis, descobrir uns que já amava e nem sabia que eram veganos e assim fui formando minha coleção cruelty-free.

Uma das primeiras coisas que percebi nessa transição é que produto vegano e livre de teste em animais não perde nada em performance. Tem tanto pigmento quanto os não-veganos, tanto brilho e durabilidade. A própria Kat Von D Beauty é prova disso. Aliás, a Califórnia é cheia de marcas de beleza pró-causa animal, que lançam produtos ultradesejo. Too Faced, Urban Decay, Smashbox… Elas ainda quebram aquele estereótipo que associa maquiagem vegana/natural a maquiagem levinha e de embalagem sem graça.

Em mais idas à Los Angeles, comecei a explorar as marcas nicho locais. Elas fervem entre as boutiques cool de clean beauty nos EUA, como The Detox Market, Credo e Cap Beauty. Me viciei nos esmaltes da NCLA, 7-free, livres de ingredientes tóxicos como formol, tolueno, DBP… As cores são lindas e os nomes muito bem sacados, tipo “On Sundays We Brunch” e “Call My Agent”. Também mergulhei nas naturais de skincare Juice Beauty (a marca que Gwyneth Paltrow escolheu para colaborar em sua linha de produtos para o Goop, aliás) e Osea, de Malibu. Por terem tecnologia e fórmulas seguras, marcas como essas me ajudaram a desapegar da ideia de que só cremes das marcas convencionais tratariam a minha pele.

Minha rotina de skincare, aliás, mudou muito. Eu desencanei de seguir os mil passos da k-beauty. Comecei a ficar apavorada lendo os rótulos (cheios de sintéticos e produtos de origem animal) e entendi que essa loucura por uma “pele perfeita” não fazia mais sentido pra mim. Despertar para isso foi um desdobramento do meu interesse por beleza vegana e cruelty-free. Ler mais sobre o assunto e conviver mais nesse nicho me trouxe uma consciência que eu não tinha. Fiquei mais atenta para a questão do lixo, por exemplo, para a quantidade de plástico que consumo, para o volume de algodão que eu gastava todos os dias só pra tirar a maquiagem. Passei a usar algodão de tecido lavável, escova de dente de bambú (a Humble Brush, da The Humble Co, que compro na Riley Rose em LA)…

Também comecei a olhar com mais interesse para as marcas nacionais. A Simple Organic faz alguns dos meus produtos mais favoritos hoje. Do skincare à maquiagem, tudo tem uma pegada de tratamento e função multi task. Adoro isso! Também me apeguei demais à Face It, marca de batons com cartela de tons chique. As texturas são ótimas, mesmo os batons mate não craquelam e saem da boca de um jeito bonito.

No fim do ano passado, descobri uma beauty boutique 100% vegana em São Paulo, a Grama Sabonetes. Lá, dá pra encontrar várias marcas de skincare plant-based como Souvie (tem o melhor desodorante natural que já usei!) e Almanati, com fórmulas amorosas pra pele. Ótima pra quem tem alergia, pele sensível… É lá também que compro meus “algodões” de tecido lavável.

Entre os produtos que uso no meu dia a dia estão:

Tattoo Liner
Kat Von D 
Aqui
Photo Finish Primerizer
Smashbox 
Aqui
Base All Nighter
Urban Decay
Aqui
Beached Bronzer

Urban Decay
Aqui
Better Than Sex

Too Faced
Aqui
Better Kiss cor Born To Kiss
Face It 
Aqui
Corretivo sólido

Simple Organic
Aqui
Smoothing Eye Concentrate
Juice Beauty
Aqui
Hidratante Facial Noturno
Souvie 
Aqui

Acho que minha transição começou pela maquiagem, depois passou pelo skincare e por último pelo cabelo. Essa foi a parte mais difícil — meu fio é naturalmente castanho, mas uso ele ruivo há mais de seis anos, e o processo de cor envolve duas etapas: uma de descolorir e outra de colorir. Tinha muito medo de não encontrar produtos e tratamentos potentes entre as opções plant-based, mas por sorte sim, eles existem.

Hoje uso muito os produtos da italiana Davines e faço os tratamentos do C.Kamura, que acabou de abrir um hair spa com alternativas cruelty-free no terceiro andar de seu salão nos Jardins, em São Paulo, e as terapias do Laces and Hair. É lá, inclusive, que tenho feito minha cor. Usamos as tintas vegetais criadas pela Cris Dios — o produto e o processo são incríveis! A coloração tem cheiro de matcha e depois que é aplicada no cabelo, você espera agir usando uma touca aquecida foférrima. A sensação não tem nada a ver com a coisa chata de retocar a raiz no salão convencional. Nada de dor, desconforto, alergia… Até as grávidas podem tingir.

Quando faço o cabelo no Laces, penso muito sobre clean beauty e os benefícios reais de se usar produtos naturais e orgânicos. Nem sempre essas características estão atreladas à beleza vegana e livre de testes em animais, mas elas têm a ver: essencialmente, tudo gira em torno das nossas escolhas e da coerência entre o que acreditamos e os nossos hábitos de consumo, e de buscar alternativas mais sustentáveis e menos tóxicas. Essa tem sido minha reflexão.”

Fotos {@renatakalil}

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